NO JARDIM DOS SONHOS
Sempre no jardim, sempre, nos passos que riscam as folhas secas, em compassos que cantam o murmúrio de outonos tardios.
Sonhando com a carícia, a linha do toque, a pele do instante, o desejo que vira palavra, fagulha no ar crispado.
"Quando eu for rei", murmuro, e a coroa não é mais que sombra, um reflexo na água turva onde peixes dançam hieróglifos.
Então você será rainha, não de trono ou diadema, mas do instante em que a luz, ferida por galhos, desenha seus olhos na tarde.
Que lindo será, não o reino, mas o nosso jardim, onde meus passos e seus fazem do chão um poema.
Eber S. Chaves
Comentários
Postar um comentário